Encontros REM/SC – Relatos de Experiências 2012
Com a finalidade de contribuir para as reflexões sobre a interface Museu e Escola, a Rede de Educadores em Museus de Santa Catarina (REM/SC) publica nesta página os Relatos de Experiências de professoras/ professores acerca das visitas museais promovidas com seus grupos – desde a educação infantil, até a universidade, incluindo grupos de Educação de Jovens e Adultos, e ainda grupos de educação não formal (ONGs, Associações, entre outros), bem como relatos de educadoras/educadores museais, a fim de contemplarmos os pareceres desses profissionais e ampliarmos possibilidades de troca e cooperação. Lembramos que a REM/SC não se responsabiliza pelas ideias veiculadas e fica isenta de qualquer ônus relativo à publicação/divulgação do material enviado pelos autores.
MEMÓRIA E PRODUÇÃO DE TEXTOS
HISTÓRICO-EDUCACIONAIS:
uma experiência de produção de conhecimentos
Elison Antonio Paim*
Sônia Albertina Celuppi Chiarelo**
Historicamente a extensão universitária no Brasil foi se
constituindo como um conjunto de ações para a difusão de conhecimentos e
cultura para aqueles que, teoricamente eram desprovidos desses atributos
considerados exclusivos da cultura letrada. Sendo assim, cabia a universidade
como templo de conhecimento e cultura levá-los para a comunidade na forma de
cursos ou eventos de extensão universitária.
Na contemporaneidade a extensão universitária assumiu
caráter diverso. Passou a ser um dos pilares de sustentação da universidade
junto com o ensino e a pesquisa. Esta nova configuração nos remete a própria natureza
da universidade, ou seja, esta em seus princípios a realização de atividades de
extensão.
Segundo Jorge Hamilton Sampaio em palestra proferida na
Unochapecó em onze de julho de 2006, considera-se assim que na universidade
deve haver um imbricamento dos campos epistemológicos, profissional, ético e
pedagógico estabelecendo-se alianças com os estudantes, com a comunidade
científica e com outras organizações sociais.
No campo epistemológico cabe a universidade acolher os
conhecimentos produzidos historicamente, produzir novos conhecimentos e
socializar os conhecimentos que nela são produzidos. No campo profissional
compete à universidade preparar profissionais para os diferentes setores de
trabalho. No campo ético a universidade precisa trabalhar com a formação para a
alteridade, transformar conhecimentos em sabedoria e qualificar todas as
atividades academias e administrativas que ocorrem em seu interior. No campo
pedagógico a universidade precisa estar pautada na indissociabilidade entre
ensino, pesquisa e extensão.
Diante destas novas demandas
sociais colocadas para a universidade o seu grande desafio passou a ser a
necessidade da superação práticas que a conceberam historicamente de modo
assistencialista e ou mercadológico, devendo-se efetivar, junto ao ensino e a
pesquisa, como função da universidade. Para além de prestar serviços às classes
populares ou instituir-se como lugar de venda de serviços, a extensão deve ser
o lócus de formação humana e social, observando-se ainda a relevância política
e ética da sua realização, independentemente da área de conhecimento em que se
desenvolve. (SOUZA, 2011).
Nesse sentido, destacamos Silva e Frantz quando reiteram que:
[...] pela extensão [...] a
universidade torna-se presente na sociedade, onde ela aprende e ensina; uma
rede estendida de produção de conhecimentos; um olhar da ciência para a
sociedade e da sociedade sobre a ciência; é uma expressão acadêmica sobre a
cultura, os sonhos, a cidadania do povo, o desenvolvimento das comunidades
próximas. (SILVA e FRANTZ, 2002, p.171).
Procurando cumprir com os princípios que regem a
universidade, a Unochapecó mobiliza-se para o desenvolvimento das atividades de
extensão. Neste sentido, é que desenvolvemos o projeto que narramos a experiência
de extensão denominada Memória e Produção de Textos Histórico-Educacionais
financiada pela modalidade FAPEX. A proposta nasceu da relação direta com um
grupo de professores que participam sistematicamente das atividades
desenvolvidas pelo CEOM e solicitaram o desenvolvimento de atividades que os
colocassem frente a frente com os documentos e, assim, os possibilitasse pensar
atividades para serem desenvolvidas no cotidiano das escolas. Participaram professores da Educação Básica e
acadêmicos de graduação. Trabalhamos numa perspectiva que envolveu os
participantes diretamente na produção de textos que pudessem ser trabalhados em
suas aulas. Estudamos alguns textos para fundamentação teórica; no segundo
momento produziram textos sobre indígenas, caboclos, colonização, sindicalismo,
cooperativismo, educação no campo e disputa de terras e, num terceiro momento
os textos foram apresentados ao grupo.
Como fundamentação
teórico-metodológica do projeto ora narrado nos pautamos em diversos autores.
Dentre os muitos que colaboraram para a produção deste relato e análise
referenciamos brevemente alguns antes adentrarmos no relato propriamente dito.
Com o avanço da
modernidade capitalista, passou-se a organizar as atividades humanas cada vez
mais calcadas em perspectivas técnicas e racionalizadoras. A ciência e a
técnica passaram a agir em conjunto, tentando controlar, racionalizar, medir,
comprovar, avaliar as ações humanas. Pretendiam, “redimir o homem,
oferecendo-lhe os seus conhecimentos e possibilidades instrumentais”, assim: acabou
almejando fazer do homem um produto objetivo, negando-lhe a historicidade e a
capacidade de produção autônoma (MATOS, 1999).
A educação, como ciência, foi se tornando cada vez mais
dependente das condições sociais, culturais, políticas e econômicas vigentes.
Primou-se pela objetividade na relação pedagógica que, por sua vez,
pressupõe-se neutra, apolítica, racional. Ao profissional da educação coube
dominar determinadas técnicas para que a relação pedagógica acontecesse
conforme planejado, assim, no interior dessa lógica o profissional da educação
seria “um mero executor de tarefas mecânicas” (SEVERINO 2003, p. 86).
Nesta perspectiva, ocorreu uma nítida divisão entre os
produtores e os consumidores do conhecimento produzido. Em muitos casos,
ocorreu à mecanização do pensamento, a tentativa de negação do mundo das
experiências vividas. O conhecimento em geral e, especialmente, o do professor
foi sendo reduzido à técnica. Firmou-se a preocupação com a objetividade do
conhecimento produzido e esta passou a ser realizada de forma externa,
portanto: “o conhecimento é divorciado do significado humano e da
troca-intersubjetiva. Ele não é mais visto como algo a ser analisado,
questionado e negociado. Em vez disso ele se torna algo a ser administrado e
dominado” (GIROUX, 1997, p. 45; VALADARES, 2002).
O controle e dependência do trabalho do professor em
relação ao sistema hierarquizado de produção são apontados por vários autores
que, com variações, afirmam que a racionalidade técnica promove uma “autêntica
divisão do trabalho” (GÓMEZ, 1998), que está assentada numa espécie de
naturalização de uma organização do trabalho docente que, tal como o modelo
taylorista da organização do trabalho industrial (CORREIA, 1999). Ocorrendo a
subtração dos saberes dos atores e, portanto, dos poderes decorrentes do uso
desses saberes, os professores não passam de “bonecos de ventríloquo” (TARDIF,
2002), aprofundando o fosso que separa os “actores dos decisores” (NÓVOA, 1992).
Em pleno Século XXI para setores da academia, o professor
continua tendo como função ensinar o que é produzido pelos pesquisadores, os
que possuem – nesse entendimento - a competência para produzir conhecimentos.
Embora pareça que se está em um “beco sem saída”, onde nada
mais é possível, no caos educacional, acreditamos que nem tudo está perdido;
como se verá, outras perspectivas estão em cena, disputando espaços com a
racionalidade técnica. Nesse sentido, foi que desenvolvemos tal experiência de
produção de textos.
As atividades foram desenvolvidas numa perspectiva em que
os participantes sentiram-se autores de suas práticas educativas. Para atingir
tal intento estudamos textos teórico-metodológicos que proporcionaram as
ferramentas teóricas e práticas com as quais os participantes produziram os
textos didáticos no contato com as fontes disponíveis no Centro de Memória do
Oeste de Santa Catarina - CEOM, programa de extensão da Unochapecó.
As
atividades aconteceram parte presencial e parte a distância. Uma ou duas vezes
por mês realizamos os encontros com duração de 8 horas/aula cada, realizadas
nas dependências do CEOM. As datas dos encontros foram definidas em conjunto
com os participantes.
Durante
os encontros foram realizadas atividades de: leitura e discussão de textos, no
primeiro momento; no segundo momento foram desenvolvidas atividades práticas de
manuseio das diferentes fontes.
Após
a leitura e discussões teóricas de alguns textos fundamentadores da proposta
partimos para a prática com o objetivo de pesquisar, manusear as fontes e
produzir um texto didático com temas referentes à região Oeste catarinense.
Cada participante escolheu um tema voltado para a história regional com fontes
existentes no CEOM cada um foi autônomo e organizador do tema escolhido. A nós
coube o papel de auxiliares, instigando, provocando, questionando o que estavam
fazendo.
Nos primeiros encontros trabalhamos na perspectiva da
construção dos conceitos de memória e produção de conhecimentos e o
entendimento do qual seria o papel dos participantes no processo, evidenciando
que seriam autores, que estariam participando ativamente do processo, portanto,
estariam fazendo-se sujeitos autônomos.
De
início realizamos o estudo do texto “Infância em Berlim por Volta de 1900” de
Walter Benjamin (1995), fazendo com os participantes percebessem que também
possuem memórias e estas são importantes no processo de construção de
conhecimento. O autor queria transmitir que na arte de rememoração
reconstruímos e buscamos nossas impressões mais remotas sobre o vivido por nós
ou por aqueles que nos antecederam. Ao rememorar os sujeitos despertam do
presente às experiências na reconstrução do passado, em que de certa forma
aciona as dimensões conscientes e inconscientes relacionados com o presente.
Para o
desenvolvimento deste projeto de extensão foram usados também os referenciais
de Edward Palmer Thompson, especialmente o texto “Intervalo: a lógica
Histórica” presente no livro A Miséria da Teoria (1981), no qual o autor propõe uma
metodologia para pensar a história a partir das especificidades da produção do
conhecimento. Defendendo que é no diálogo com as evidências históricas que
ocorre a produção do conhecimento histórico. Para isso a fonte deve ser
interrogada para compreender os ”fatos" ou evidências, em que tem limites,
não é uma história pronta e acabada. O papel do historiador, nessa perspectiva,
é de fazer as perguntas dos porquês, a história é “exploração”, “hegemonia”,
“luta de classes”, a história não é conhecer verbos regulares, não é uma teoria
acabada, a história esta sempre em reconstrução e, portanto, é preciso “explicar”, “compreender” seu objeto. A história
não é uma “verdade” pronta e acabada, também não é fictícia e sim um
conhecimento em desenvolvimento com diferentes maneiras de pensar interpretar,
escrever.
Quando Thompson diz que: “Homens e
mulheres experimentam sua experiência como sentimento e lidam com esses
sentimentos na cultura, como normas, obrigações familiares, de parentescos e
reciprocidade” (1981, p. 182). Ele propõe que se pense a sociedade através das
experiências. Durante as atividades aconteceram momentos em que os
participantes pensavam, quais experiências tinham para contar, as relações que
faziam com as práticas cotidianas, aulas e o que deveriam desenvolver em sala
de aula e com se dá a produção de conhecimentos. Assim, essa experiência de
produção de conhecimentos aconteceu muito pautada nas narrações das práticas
desenvolvidas em sala de aula possibilitando que os participantes ao narrar
recobrassem suas memórias e experiências.
A cada encontro iam acontecendo as discussões
sempre centradas nos sujeitos como parte integrante da história. Ao iniciar as
atividades cada professor colocou um pouco de sua história, de onde vinha, qual
era sua função e qual era sua expectativa. Dessa forma, foram percebendo que
cada um tinha uma história e que são sujeitos históricos; que a história
individual de cada um de certa forma cruzava-se com outras histórias
individuais, tornando-se uma história coletiva e, que esta é, de certa forma,
formada de memórias e lembranças. Foi um momento em que cada um colocou
elementos de sua vida, sua história e as dificuldades enfrentadas como
profissionais da educação.
Na seqüência trabalhamos com os textos “Artes da
Rememoração: dialogando com percepções de memória” (2005), “No Diálogo com
Thompson e Benjamin a Busca de Ferramentas para Pensar o Fazer-se Professor”
(2006) e “Do Formar ao Fazer-se Professor” (2007), todos de autoria do
propositor da experiência.
Depois da leitura e debates dos
textos, nos encontros seguintes os professores foram às fontes. Cada um já
havia escolhido um tema ou assunto que iria pesquisar. A partir do trabalho com
as fontes iniciaram a produção de um texto histórico-educacional pensando em um
público específico, ou seja, já foram definindo em qual turma seria possível
trabalhá-lo.
Foram desenvolvidos os seguintes textos: A
(i) legitimidade da desapropriação; Fragmentos
da história do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Caxambu do Sul; Cooperativismo;
A educação do campo no contexto dos anos 1990: entraves e perspectivas; A
construção da identidade cabocla no município de Guatambu – SC; Caboclos no processo de colonização do Oeste de
Santa Catarina; Antigos habitantes destas terras: Um estudo sobre os povos que
habitaram a região do atual Oeste Catarinense antes da colonização européia; Um
ensaio xanxerense; A Colonização do Oeste Catarinense; Presença da etnia
cabocla no território do município de Abelardo Luz.
Com os textos prontos realizamos uma
socialização dos mesmos e assim, realizadas as correções juntamente com o
grande grupo, tiradas as dúvidas. Sempre acompanhado de intervenções dos
colegas, do professor coordenador do projeto e da bolsista.
Ao dialogar com os participantes
trazemos agora alguns fragmentos de falas em diferentes momentos enfatizando o
que significou para cada um ter participado deste projeto. “No primeiro dia eu
não me encontrava aqui, hoje tenho uma outra visão. O comprometimento a
experiência com idéias diferentes... A proposta do curso de trazer as
experiências em forma de texto. A fala do outro, o ouvir nos ajuda a pensar e
repensar” (Isabel). “Esse debate... para ser trabalhado e essa produção que foi
feita deve ser produzida deve ser trabalhado em sala de aula, conseguir
trabalhar alguns aspectos” (Josiano).
“Selecionamos, relacionamos especialmente aqueles que mais nos intrigam,
faz com que a gente vai atrás da leitura. Achei que não ia dar certo, que ia
ser mais difícil, mas o pessoal se organizou bem rápido e logo vi todos lendo e
escrevendo” (José). “No começo estava me
sentindo perdida, mas agora achei um texto que me interessei, sobre a
cooperativa, trabalhar em sala de aula o cooperativismo com um olhar mais
social cooperativo e não só competitivo” (Miriam).
Outras
falas vêm no sentido de avaliação do conjunto dos trabalhos desenvolvidos,
vejamos:
Eu acho que um ponto negativo nós que
na verdade quem não se aplicou mais pra estar chegando até aqui né, que nem eu
comecei por alguns motivos parei e então deixei de aprender, por que na verdade
como eu não sou da área eu vim eu mais aprendi do que ajudei, mas eu achei que
foram bons esses encontros dos poucos que eu vim deu pra tirar proveito de
varias coisas. Eu aprendi na verdade junto com vocês porque eu não sou da área,
então eu acho que vai dar para se um dia de repente a gente fora de sala
normalmente substitui tem que ir pra sala de repente vai dar pra dar uma
colaborada com os professores até na questão de achar o material na biblioteca,
material de pesquisa, ta colaborando pra saber um pouco mais da história (Marlene).
Para a história aqui da região vai ser
um resultado bom, porque a gente está produzindo um material aqui dentro de
várias temáticas só tem que dar, se chegar às escolas como material de ensino,
e eu gostaria assim que tivesse outro curso
pra repetir, participar pra produzir mais coisas, acho que agora a gente
esta mais motivado pra produzir e se
depois pudesse... De repente a gente divulgar pra quem não veio (André).
Fazer uma propaganda maior, fazer uma
nova turma para professores que trabalham assuntos regionais. Na verdade, eu
vejo que tem pouco trabalho dentro desse assunto de estudos regionais, e nas
escolas o que a gente percebe principalmente a história em si ela esta mudando...
História do mundo, história do Brasil, mas sobre a nossa região não... Com novas
discussões a serem do ensino da história regional (Robson).
Diante
da riqueza que foi a experiência só temos a lamentar a baixa participação dos
inscritos. Eram 33, porém chegamos ao final com apenas 11 textos produzidos. Os
atrapalhos e empecilhos foram muitos desde a não liberação do ponto dos
professores pelas direções de escola, o não entendimento da proposta por
aqueles que se inscreveram pensando que seria um curso no qual o ministrante
iria passar receitas de como deveriam ensinar, problemas de doenças, reuniões
nas escolas nos dias em marcávamos os encontros... No entanto, como avaliaram
aqueles que viveram toda a experiência avaliaram-na como uma oportunidade de
discutir a formação de professores junto com professores, com as experiências
vividas por eles, sua metodologia, as relações que fazem entre teoria e
práticas cotidianas.
O
interessante foi o fazer, a produção que apesar das desistências foi superior àquilo
que esperávamos. Esta experiência mostrou mais uma vez o quanto é importante
pensar que todo o professor é capaz. Todo professor ou todo o acadêmico se
constrói, é capaz de pensar e fazer a produção de conhecimentos. Reforça a tese
da necessidade de oportunizar experiências de produzir conhecimentos aos
professores e acadêmicos, pois se o professor não tem oportunidade, se nunca fez
como irá aprender a fazer? Como falou a professora Marlene: “se você nunca fez
a produção, se você não tem a oportunidade você não vai saber fazer nunca”.
Porém, no momento que os desafiamos possibilitamos que pensem na produção que percebam
que são capazes. Esse foi o grande ganho desse momento, aqueles que vieram até
o final que foram participando, se perceberam enquanto sujeitos capazes de
produção. Perceberam que não é apenas o doutor que esta na universidade que tem
essa capacidade de produzir. Cada um dos participantes com mais ou menos
dificuldades, com uma caminhada mais próxima do que fizemos, para outros foi o
primeiro momento de produção de conhecimentos embora já tivessem uma caminhada
grande na escola.
Neste
sentido, esta experiência possibilitou reafirmar uma série de convicções
desenvolvidas ao longo da caminhada como formador de professores,
especialmente, que é possível pensar que os professores são sujeitos, são
capazes de produzir. No entanto, precisa que a universidade se abra mais ainda
para estas possibilidades, que oportunize trazer outras pessoas, trazer mais
pessoas pra esse espaço, como um espaço de construção, de produção. Reforçou a
tese de que é falsa a máxima que afirma que alguns devem produzir e os outros
devem transmitir, ensinar, repassar ou aplicar na escola. Esta experiência
mostra como é possível romper com tudo isso. E, o quanto é perverso pensar e
defender que alguns só podem ler o que os outros fazem e depois ensinar. Esta concepção
de educação tem uma carga muito grande de preconceito, de não acreditar que o
professor é capaz, que os sujeitos são capazes de produzir conhecimentos.
O
que fica como resultado da experiência é pensar na possibilidade, no quanto se
é capaz. Basta tirar o tempo, pensar, se organizar, ir para o CEOM, pesquisar,
estudar... Porém, não basta produzir se não possibilitar que as pessoas produzam
por conta própria, que andem sozinhas. O grande desafio é produzir dentro da
escola, pois é lá que irá acontecer à mudança a partir da possibilidade das
pessoas dentro da escola pensarem a produção. Enquanto ficarmos levando as
coisas prontas, ir lá falar, falar e não colocar as pessoas para agirem,
dificilmente conseguirá causar algum impacto, alguma mudança nas escolas.
Referências
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*Doutor em Educação pela
UNICAMP. Quando do desenvolvimento da experiência era professor de Teoria e
Metodologia do Ensino de História no curso de História da Universidade
Comunitária da Região de Chapecó (Unochapecó) e responsável pelo Centro de
Memória do Oeste de Santa Catarina (CEOM). Atualmente, é Professor Adjunto I
lotado no Departamento de Metodologia de Ensino (MEN) do Centro de Educação
(CED) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
**Graduada em História pela
Unochapecó, bolsista do projeto.
Vivências Educativas da Escolinha de Arte em
Espaços Expositivos
Simone Faoro dos Santos
Prof.ª de Artes EAF/FCC
A
Escolinha de Arte de
Florianópolis (EAF), criada em 1963, ocupou o subsolo da Biblioteca Pública desde julho de
1979 e no ano de 2008 passou a desenvolver suas atividades em uma sala,
nas Oficinas de Arte no Centro Integrado de Cultura (CIC). O CIC é administrado pela Fundação Catarinense de Cultura
(FCC), instituição à qual a Escolinha
é vinculada.
Por
ocasião da reforma no prédio em 2009 e 2010, a Escolinha de Arte realizou ações
itinerantes, em instituições próximas ao CIC, na Creche Nossa Senhora de
Lourdes, E.E.B. Hilda Theodoro Vieira, Paróquia São Luis e Hospital
Universitário.
Com
o término das obras em março de 2011, retornou ao seu espaço, iniciando suas
ações no segundo semestre. Em 2012, conquista um espaço maior, atendendo
crianças de 04 a
12 anos, no período matutino e vespertino, com aulas de artes visuais e
musicalização. Seu objetivo é oportunizar e estimular experiências
artístico-estéticas, facilitando assim, a imaginação, a socialização, a
capacidade crítica e o conhecimento.
Devido
a Escolinha estar inserida no mesmo prédio que o Museu de Arte de Santa
Catarina (MASC), favorece visitas neste Museu. Esta facilidade não impede que a
Escolinha visite outros espaços expositivos.
O
objetivo de freqüentar esses espaços é ampliar as possibilidades expressivas,
através do contato com obras de diferentes modalidades e movimentos artísticos,
desenvolvendo também atitudes de observação, percepção e conhecimento da
produção do artista; oportunizar a experiência da criança com a arte
contemporânea, ampliando seu conceito de arte e formar um público frequentador
dos espaços expositivos.
Em
2011, os alunos da Escolinha de Arte vivenciaram as exposições: “Tempo, Espaço e Arte” – Trajetória do Museu
- MASC, “Linhas Artísticas” no acervo do MASC e Labirinto Particular - MASC e,
no ano de 2012, “Contemplo” –
Bené Fonteles - MASC, “O que há de vir?”- Silvana Leal - MASC, Soixante-dix –
Juarez Machado - MASC e Hassis & HQ/Fundação Hassis.
Nestas
visitas foram observados alguns pontos positivos como: o interesse e
envolvimento crescente nas visitas às exposições, inclusive retornando com a
presença dos pais; o prazer de conhecer, compreender e refletir sobre as obras
artísticas; maior facilidade em expor o que pensam e o sentido que elaboram ao
fruir a produção artística, principalmente a arte contemporânea.
“Eu gostei
muito da exposição da Silvana Leal, até convidei meus pais, eles gostaram
muito. Tinha vários: um trono dos reis, tinha roupa feita de rede e concha e
tinha um vídeo com a tela bem grande”
– Felipe 10 – anos.
“Gostei da obra
de Bené porque ele tirava o lixo do meio ambiente e fazia os seus trabalhos”
– Lucca – 10 anos.
“A bicicleta de
rodas quadradas foi a obra mais legal que eu vi” – Rafaela – 07 anos.
Museu do Brinquedo:
sonho/realidade
Telma A. Piacentini
1 - O relato
No início dos anos 80, ao pesquisar o mundo dos
brinquedos como manifestação da cultura infantil, foi possível encontrar na
obra de Franklin Cascaes - apontada como expressão da cultura açoriana – as suas
esculturas sobre as brincadeiras da Ilha de Santa Catarina.
Essas
brincadeiras, consideradas como manifestações de determinada época e espaço, ao
caracterizar o universo amplo da qual fazem parte e situar as redes de relações
complexas que se estabelecem entre o modo específico de brinquedo e o mundo
amplo caracterizado como um universo do imaginário (dotado de bens materiais e
imaterias) permitem perceber o modo como a sociedade se fundamenta e se
organiza.
Desta forma, foi possível detectar a mistura
de heranças luso-açoriana, negra e indígena que caracterizam o imaginário ilhéu,
ultrapassando a unicidade da vertente açoriana de até então. Tal fato por si
só, levou-nos a apostar na possível criação de um museu dos brinquedos, para
ampliar as possibilidades da expressão de outras culturas, como a italiana,
alemã, árabe e outras ocidentais e também a cultura oriental, convivendo
harmoniosamente na configuração de nosso espaço geo-social e cultural.
Ao dar ao brinquedo a dimensão de que
as crianças não são uma comunidade separada, mas parte do povo a que pertencem,
é que se abriu a perspectiva de um museu, entendendo que o diálogo mudo e
autônomo poderia ser substituído por um mundo de signos construtores entre a
criança e seu universo mais amplo.
As
brincadeiras que fundaram nosso Museu foram perpetuadas através de cenas
recolhidas e reelaboradas pela sensibilidade de um artista popular e erudito de
tal envergadura, que integrou à cultura popular o mundo aproximado de homens e
mulheres que configuram um modo de ser e de estar na sociedade. Trata-se também
de uma resistência à postura que se quer hegemônica e dita de progresso, que
tenta desde o tempo de Cascaes de substituí-la por algo que não é nossa herança
positiva e promotora de nosso desenvolvimento. Assim, destaca-se o viés de
resistência cultural do Museu do Brinquedo da Ilha de Santa Catarina.
Além da configuração do imaginário local
integrado ao mundo em que vivemos, através dos brinquedos e brincadeiras foi
possível recuperar a memória cultural da Ilha de SC e criar um acervo
fotográfico no Museu Universitário (hoje recuperada a característica antropológica
e museu renomeado como MARquE, Museu de Antropologia Prof. Osvaldo Rodrigues
Cabral).
Os
brinquedos e brincadeiras apresentam-se neste contexto, como brincadeiras
antigas, somadas às criadas e oportunizadas pelos adultos e àquelas escolhidas
e feitas pelas próprias crianças. Desta configuração de Franklin Cascaes, a
universalização dos brinquedos possibilitou um acervo de convivência cultural
integrada e harmoniosa entre expressões das diferentes etnias e características
culturais.
O acervo está apresentado através de
uma exposição permanente no primeiro piso da Biblioteca Universitária, na
reserva técnica do MARquE, em exposições temporárias, na Ala Virtual e na
implantação da Ala Ecológica, no Parque ecológico do Córrego Grande, tomando a
forma de um polvo, cujos tentáculos são as alas.
Ligado ao Núcleo Infância Comunicação
e Arte (NICA), criado também em 1999 no Centro de Educação da Universidade Federal
de SC, hoje pode fazer parte da linha de pesquisa infância, imaginação e
cultura lúdica, integrado ao campo Estudos da Infância, a saber.
O Núcleo Infância, Comunicação, Cultura e Arte
(NICA) tem construído desde
1999 uma base considerável de pesquisas sobre as relações entre Infância,
Mídia, Cultura e Arte, no contexto da elaboração de teses, dissertações,
iniciação científica e monografias na UFSC. O grupo possui três linhas de
pesquisa - Infância, imaginação e cultura lúdica; Mídia-educação e formação
de professores; Fronteiras culturais e educação - articuladas entre si
pelos eixos transversais e pelas ênfases que dão à importância da Arte, da
Comunicação, da Cultura na Educação. Os principais referenciais
teóricos do grupo provêm de campos como os Estudos da Infância, os Estudos
Culturais e de Recepção e a Mídia-Educação. Entre as diversas atividades que
envolvem o grupo de pesquisa, está a articulação entre ensino, pesquisa e
extensão, parcerias com instituições locais, intercâmbio regular com
outros pesquisadores nacionais, e acordo de cooperação
internacional.
É um museu pequeno, porém de
grande significado cultural local e integrado via Ala Virtual às possibilidades
contemporâneas. Seu destino depende, basicamente, de decisões políticas e mente
aberta, pois a Universidade Federal de Santa Catarina possue os requisitos
necessários para sua manutenção e ampliação. Criado como metamuseu do Museu
Universitário/UFSC, possui uma estrutura inovadora e flexível e um potencial imprevisível
de possibilidades.
Desenvolver pesquisas de alto
nível somando-se ao trabalho de visitas, contação de histórias, trabalhos
práticos com arte, tanto nas escolas, como no espaço museal, já possível de ser
desenvolvido com a comunidade escolar (a exemplo dos Animando o Museu do
Brinquedo I e II) e os cursos de graduação e pós-graduação da UFSC, aliando
Educação e demais áreas humanas e sociais, diferentes etnias e culturas,
materiais do mundo lúdico infantil, o Museu do Brinquedo integra-se e amplia as
possibilidades de uma experiência positiva em nossa cidade.
2 - O DNA do museu
Criado em 1992 através da
proposta encaminhada pelo Departamento de Estudos Especializados em
Educação/Centro de Educação, o Museu do Brinquedo configurou-se como:
Explicitações
sobre o Museu do Brinquedo
1- Questões
preliminares
A criação de um Museu
do Brinquedo na Ilha de Santa Catarina possibilita a abertura de um espaço
pedagógico e cultural de incalculável dimensão.
Além
do registro da memória cultural de um povo e da preservação de suas condições
de vida através da guarda adequada de objetos da infância, a presença de um Museu com tais características
proporciona, às gerações atuais e futuras, a possibilidade de estudos de
identificação do universo pessoal e social da existência humana.
Se os
brinquedos antigos nos permitem compreender o mundo infantil de épocas
passadas, os atuais nos permitem registrar o mundo de agora. Nesta simples
constatação já se pode vislumbrar duas características bastante diferenciadas:
o ato de
brincar
com brinquedos antigos elabora um tempo interno denso, demorado e amplo, se
comparado ao dos brinquedos eletrônicos.
A relação criança-brinquedo, estabelecida através dos
brinquedos que proporcionam um contato mais próximo - como a boneca, o carrinho
de rodas, o cavalinho de pau, por exemplo - não desenvolve somente uma
brincadeira, mas cria em si um espaço de afetividade, de sentimento com o
objeto.
O mesmo se pode constatar com os brinquedos
eletrônicos, porém num outro tempo de aferimento e de envolvimento afetivo:
passaporte da geração atual, esses brinquedos estabelecem uma relação rápida e
eficaz no trato com o brincar, passando de uma situação à outra, imediatamente
e, ao assim proceder, elabora um espaço interno diferente.
É este espaço, somado ao outro - ao dos brinquedos
‘antigos’- que criará o tempo interno necessário ao desenvolvimento de
determinadas capacidades que, se ausentes da vida do ser humano, interferirão
diretamente no seu processo de crescimento e humanização.
É de se salientar que nas brincadeiras em grupo -
bolinha de vidro ou de gude, jogos de amarelinha, casinha, bola, cirandas, etc
- a relação com o brincar se dá de outra maneira: passa por um terceiro (os
parceiros), cuja presença em si divide o tempo do brincar e estabelece outra
relação e outros sentimentos. O mundo da infância,
aqui, está sendo compartilhado, e o brinquedo e os parceiros elaboram um mundo
de sentimentos e ações com novos significados sócio-afetivos.
Se atentarmos para o que significa um mundo sem a
presença do brinquedo, podemos antever uma vida cinzenta e fria, sem a cor da infância, destituída de alegria e de
projetos de felicidade e de calor humano.
O ato pedagógico de ‘guardar’ brinquedos num lugar
público e de fácil acesso possibilita abrir o mundo infantil aos olhos de
crianças e adultos, através de espaços cuidadosamente montados para a sua
apreciação e de espaços estrategicamente criados para uma vivência cultural
significativa, representa uma resposta de valorização do mundo infantil e de
respeito ao mundo adulto que, por meio de diferentes vias, é resultado de um
tempo de infância.
2 - Possibilidades imediatas
- Colocar em execução o Ante-Projeto aprovado na
UFSC, em l992.
- Exposição de Brinquedos, em Florianópolis, na
Semana da Criança.
-Campanha de doação de brinquedos, através da
imprensa falada e escrita.
- Catalogação dos brinquedos já disponíveis.
3 - Necessidades futuras
- Elaboração do Projeto de Instalação do Museu do
Brinquedo.
- Aprovação do Projeto de Instalação pelas entidades
envolvidas.
3 - A criação do Museu do Brinquedo da
Ilha de Santa Catarina
Num tempo de globalização, destacar a identidade
cultural é tarefa necessária de preservação e desenvolvimento de heranças
culturais positivas. A identificação da
“cor local” da cultura da criança e que é demarcada pelo especificamente
infantil – o brincar – constitui o mapeamento necessário para delimitar o
espaço pedagógico, àquele que interfere diretamente na formação do futuro
adulto.
O
nosso Museu apresenta a nossa diversidade cultural, mesmo sendo pequeno e
discreto. Foi criado ligando-se às brincadeiras infantis de Franklin Cascaes,
no Museu Universitário.
A partir do trabalho de pesquisa sobre as brincadeiras
infantis em Franklin
Cascaes , estudos foram realizados junto às escolas de
Florianópolis, como as Dissertações de Mestrado do Programa de Pós-Graduação do
CED/UFSC – de Mônica Fantin, “Jogo, Brincadeira e Cultura na Educação
Infantil”, 1996 e de Débora Cristina de Sampaio Peixe, “Material Lúdico na
Educação Infantil: um estudo sobre a distribuição e o uso de Brinquedo e Jogos
nos NEIs de Florianópolis, 1999.
A realização do 1ºSEBRINQ, 1997,
envolvendo também a EMBRATEL, a Secretaria Municipal de Educação e o Museu
Universitário, além do CED/UFSC e o Projeto A BELEZA DA INFÂNCIA, parceria com
a EMBRATEL, a Casa da Criança e do Adolescente do Morro do Mocotó e o fotógrafo
Bira Dias, coordenado pela pesquisa do CNPq /UFSC e somando-se a encontros pedagógicos sobre imagens de infância, para o
conjunto de professores populares de Florianópolis, criaram as bases para
revitalizar o projeto de Instalação do Museu do Brinquedo, aceito na proposta
encaminhada à Pró-Reitoria de Cultura e Extensão da UFSC, em 1992, aguardando
condições favoráveis para sua implantação.
No ano
de 1998 foram realizadas atividades no Museu Universitário envolvendo crianças
das escolas da rede de ensino do Município, como “Pic-Nic Cultural”,
brincadeiras coletivas infantis e exposição de brinquedos e contação de
histórias. Estavam postas as condições para reativar a proposta de criação do
Museu, de 1992.
Incluída no Plano de Trabalho junto à
pesquisa no Pós-Graduação em Educação no CED/UFSC e aprovada
pelo CNPq “A Representação da Infância no Período
Moderno – imagens da criança, do brinquedo e das brincadeira na formação da
cultura infantil em
Santa Catarina “( estudo dos brinquedos indígenas,
negros, italianos e alemães), e através do NICA,
Núcleo de Pesquisa Infância, Comunicação e Arte, também ligado ao CNPq, foi
criado, no dia 23 de setembro de 1999, o Museu do Brinquedo da Ilha de Santa
Catarina, integrado ao Museu Universitário da UFSC, como Metamuseu, isto é, um
Museu dentro de outro Museu.
Em
2003, retomando os trabalhos, evitou-se que o acervo fosse doado para o Museu
do Brinquedo da USP. Foi realizada com a colaboração de Cristina Castelano e
Hermes Graibeb, a documentação de 144 brinquedos e objetos como vestidos da
boneca Barbie, fotos da boneca de louça mais antiga – a boneca bebê/avó do
museu -, Banner e notificado o desaparecimento da boneca Karajá, imagem
documentada na Revista Criança, do MEC - Novembro, 2002, pág.13.
Enfim, com um acervo composto por
doações e mantido pela UFSC, através do antigo Museu Universitário Prof.
Osvaldo Rodrigues Cabral atualmente Museu Arqueológico e Etnográfico - o MARquE
– com parte da reserva técnica e da Biblioteca Universitária com a Ala de
Exposições Permanentes, somado à Ala Virtual e a implantação da Ala Ecológica
no Parque Ecológico do Córrego Grande, o Museu do Brinquedo configura-se como
uma estrutura aberta semelhante a um polvo, o que permite o seu crescimento
através de alas ou tentáculos/braços.
4 – Conclusão
Ao nos referirmos à criação do MUSEU DO BRINQUEDO numa Universidade
Pública, estamos apresentando a abertura de um espaço pedagógico e cultural de
incalculável dimensão. Além do registro de memória cultural de um povo e da
preservação de suas condições de vida através da guarda adequada de objetos da
infância, a presença de um museu com tais características proporciona às
futuras gerações o acesso e o estudo de identificação do universo pessoal e
social da existência.
Podemos dar ao Museu do Brinquedo da Ilha
de Santa Catarina (MBISC) o conceito de um Centro de Cultural Infantil, como
espaço educativo, isto é, um espaço de cultura, apresenta a nossa diversidade
cultural, mesmo sendo pequeno e discreto. Foi criado ligando-se às brincadeiras
infantis de Franklin Cascaes, acervo do/no Museu Universitário, hoje MARquE,
Museu de Etnografia e Etnologia Prof. Oswaldo Rodrigues Cabral.
Destaques
de atuação:
Além do Cadastro
Nacional de Museus/IPHAN, como metamuseu do Museu Universitário/UFSC e proposta
de criação do MUSEU VIRTUAL, através
do NICA/CNPq – UFSC e o Acordo de Cooperação
com a Università Cattolica del Sacro Cuore di Milano/Itália, ainda em
andamento, destaco a parceria com Spazio Brazzà, na Itália e a exposição
temporária de brinquedos de crianças do grupo indígena Galibi Morworno, do
Amapá, no período de 8 de dezembro de 2006 a 2 de agosto de 2007, aproximando diferentes
culturas através de brinquedos semelhantes.
BIBLIOTECAS físicas envolvidas:
ü
Biblioteca
Central Universitária da UFSC
ü
Biblioteca
Setorial do CED/UFSC
ü
Biblioteca do
CEART/ UDESC
ü
Biblioteca e
Centro de Documentação do MASP- Museu de Arte de São Paulo
ü
Biblioteca do
MASC – Museu de Arte de Santa Catarina
ü
Barca dos Livros
PUBLICAÇÕES como referência para
divulgação do trabalho do Museu do Brinquedo:
Museu do Brinquedo na Ilha de Santa
Catarina, Telma Anita Piacentini e
Mônica Fantin, Revista Criança do
Professor de Educação Infantil, Ministério da Educação, n.37, de novembro/2002.
Museu do Brinquedo como Centro Cultural
Infantil, Telma Anita Piacentini e
Mônica Fantin, in Museu, Educação e
Cultura. (orgs.) Maria Isabel Leite e Luciana O. Ostetto, Campina: Papirus
Editora, 2005, pp. 55 - 71 ; 2006 (2ª. Ed.)
A Criação do Museu do Brinquedo da Ilha
de Santa Catarina da Universidade Federal de Santa Catarina – RELATO DE EXPERIÊNCIA, Telma Anita Piacentini,
Revista Perspectiva, Dossiê Educação, ensino e formção de professores, Volume
25, n.2, julho/dezembro 2007, pp. 593 – 609.
Obs.:
foram projetadas imagens e conteúdo sobre a criação do Museu do Brinquedo e
aberto diálogo com os participantes.
Florianópolis, inverno de
2012.
Visitando o museu: vivências na Educação Infantil
Carolina De Nicola
Prof.ª de Arte – Colégio Bom Jesus Coração de Jesus
Em 2009 fiz o primeiro contato com o Museu Histórico de Santa Catarina – Palácio Cruz e Sousa (MHSC), para conhecer o trabalho educativo que desenvolviam, e fui muito bem recebida por Christiane Castellen, educadora do Núcleo de Ação Educativa que me apresentou o museu e seus projetos. Em seguida agendamos a primeira visita das crianças do Colégio Bom Jesus Coração de Jesus (localizado no centro de Florianópolis) à exposição da artista plástica Maria Lucia Mascelani Mourão, “Coração Confiante”. Para minha surpresa, além de visitar a exposição, as crianças teriam a oportunidade de conhecer a artista e conversar com ela. Foi uma experiência maravilhosa, a Maria Lucia foi apresentando seu trabalho aos alunos e respondendo suas perguntas, acredito que tenha sido uma troca inestimável. Depois disso, os alunos receberam da artista um exemplar do seu livro “MIM” e um coquinho (fruta que nasce de uma palmeira nativa da Mata Atlântica no Brasil). Ela contou como brincava com o coquinho e como ele se tornou personagem de seu livro, resgatando brincadeiras simples, onde o que manda é a imaginação.
Os 44 alunos, na ocasião da visita, tinham entre 5 e 6 anos de idade, alguns nunca tinham ido a um museu antes, e todos saíram encantados. Sei de criança que guarda até hoje seu “Coquinho”.
No mesmo ano recebi do MHSC um convite instigante, para participar da exposição “Projeto 365”, das artistas plásticas Cassia Aresta, Helenita Peruzzo e Rosa Grizzo. Dessa vez levei os 28 alunos do 1º ano para visitarem a exposição, também no MHSC depois, já de volta ao colégio, cada um recebeu um suporte de papel paraná, no tamanho 10x10 cm, o mesmo usado pelas artistas, para produzir um trabalho artístico que seria inserido ao Projeto 365. Além do material oferecido na sala de arte, cada aluno trouxe de casa algum objeto que gostaria de utilizar em seu trabalho. Foi uma experiência muito gratificante, as crianças capricharam em suas produções e depois retornaram ao museu e ajudaram as artistas a montar a exposição na parede.
Em 2011 uma nova visita foi agendada com o MHSC, para a turma do nível D (5/6 anos). Havia duas exposições temporárias, “Fortalezas e suas edificações” e “Os portugueses na ilha”, os alunos ouviram atentamente da mediadora do museu, as histórias sobre como e porque os fortes foram construídos, e ficaram maravilhados com as maquetes e a miniatura de um canhão. Na mostra de fotografia, conheceram alguns costumes portugueses que permanecem fortes até os dias de hoje e receberam uma reprodução da foto da dança “Pau de Fita”, para completarem com desenho.
O “Jogo Cruz e Sousa”, desenvolvido pelo Projeto Novos Talentos do Programa Santa Catarina Games, apresentado no relato da Prof.ª Marcia Regina Battistela está disponível em: <http://projetoscgames.blogspot.com.br/2011/12/jogo-crus-e-sousa_06.html>.
Projeto Fazendo Artes/ Centro de Artes Divina Ideia
Larissa Janning
O vídeo que integrou parte de seu relato está disponível em:
<http://www.youtube.com/watch?v=OcWimtafZ2Y>
.
Conhecendo um pouco da nossa história...
Renata Lewandowski Montagnoli
Prof.ª de História
Contato professora: renata.lemon@hotmail.com
Disciplina: História
Museu visitado: Palácio Cruz e Sousa – Museu Histórico de Santa Catarina
Turma que participou da visita: 7ª série 01 e 02 (matutino) – 36 alunos/as
Data da visita: 16 de novembro de 2011
Objetivo da visita
Proporcionar aos educandos um momento de aprendizado diferenciado e divertido, unindo os conhecimentos aprendidos em sala de aula, com a vivência de uma visita a um espaço de saber não formal.
Conteúdo estudado no momento da visita
História do Brasil – Processo de Independência.
Relato da Professora
A Escola Municipal Oswaldo dos Reis está localizada no bairro Várzea, atendendo hoje mais de 650 alunos do Ensino Fundamental (1° ano a 8ª série). Diferentemente de outros bairros do município (Itapema/SC), concentra um grande número de pessoas originais da localidade, os chamados popularmente de “nativos”. A comunidade ainda preserva muitas atividades dos primeiros colonizadores açorianos, como: brincadeiras com boi, engenho de farinha, terno de reis, entre outros.
Ao longo do ano letivo, as alunas e os alunos sempre solicitam aos professores as saídas de campo dos mais diferentes tipos... Percebe-se que eles querem momentos de aprendizagem diferenciados, pois é uma das poucas vezes que tem a chance de visitar um museu, uma cidade, um observatório astronômico, um zoológico, etc.
Sabemos que as famílias muitas vezes não tem condições de promoverem eventos como esses com seus filhos e outras vezes, esse tipo de conhecimento não faz parte de sua vivência. Percebendo essa realidade, a escola Oswaldo dos Reis, busca promover esses momentos para além dos muros da escola.
A visita ao Palácio Cruz e Sousa foi uma oportunidade para que os jovens fossem até a capital do estado (Florianópolis), pois muitos nunca tinham ido, além de possibilitar o aprofundamento dos conhecimentos históricos sobre a História do Brasil e de Santa Catarina. Como estudávamos o processo de independência do Brasil, foi possível materializar os conteúdos didáticos através do espaço museal, como: o desenvolvimento da província de Santa Catarina, as simbologias da época, a arquitetura, a organização política, entre outras coisas.
Dificuldades enfrentadas
As duas maiores dificuldades enfrentadas no momento de realizar as visitas são:
· A não possibilidade de realização de ligações para outros DDD que não o (47), impedindo muitas vezes que a escola entre diretamente em contato com o local a ser visitado.
· O agendamento do ônibus, que muitas vezes são insuficientes, não atendendo as necessidades das escolas.
Atividade proposta para a visita
Depois da visita realizada, dos registros feitos, todos os estudantes elaboraram um relatório sobre o museu e criaram um desenho daquilo que mais lhes chamou a atenção.
Frases retiradas dos relatórios dos alunos(as)
“(...) acho que nunca teria oportunidade de conhecer; eu mesmo fui muitas vezes para Floripa, passei por lá e nunca percebi o museu. Gostei muito do passeio, foi um experiência ‘incrível’ para toda a turma (...)”.
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Fonte foto: arquivo pessoal Renata L. Montagnoli
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Everton Manoel 7ª 02
“Eu particularmente achei muito legal o passeio, pois pude aprender sobre a história de um antigo palácio que eu nem imaginava que existia, e ainda mais no meu estado, do qual eu também aprendi um pouco mais. Gostei muito!!!”
Daniel Silveira Duarte Filho 7ª 01
Daniel Silveira Duarte Filho 7ª 01
“É muito interessante ir visitar este Palácio, pois encontramos lá um importante exemplar da arquitetura do final do século XIX. Vale muito a pena ir lá! Pois você que é catarinense tem o direito de conhecer um pouco da história de SC!”
Daniela Pereira 7ª 01
Memórias da Escolinha de Arte de Florianópolis junto ao
Museu de Arte de Santa Catarina
Elza Bonnassis da Nova
Prof.ª da Escolinha de Arte de Florianópolis (1966 a 2007)
Baseada na proposta de Augusto Rodrigues, renovar métodos e processos da educação através do desenvolvimento da capacidade criadora da criança, nasce na capital de Santa Catarina, a Escolinha de Arte de Florianópolis.
Segundo Augusto Rodrigues, a primeira escola que freqüentou quando criança, foi muito repressiva, impedindo-o a qualquer aspiração de comunicar-se, expressar-se e relacionar-se humanamente. Foi então, o desenho o caminho para que ele se encontrasse consigo mesmo.
Após muita luta por volta do ano de 1948, Augusto Rodrigues concretiza seu sonho, criando um lugar onde as crianças pudessem desenvolver a sua capacidade de criar expressando livremente a arte. Surge assim a primeira Escolinha de Arte do Brasil, no Rio de Janeiro.
No ano de 1961, Celso Ramos governava Santa Catarina. E o professor João Evangelista de Andrade Filho, diretor do MAMF, Museu de Arte Moderna de Florianópolis, preocupado com a arte educação em nosso Estado, prepara a Escolinha de Arte.
Mais tarde, em 1963 , a então Diretora da Cultura, Emiliana Cardozo da Silva, apoiando o professor João, segue em frente com a idéia. Porém Emiliana fica na cultura apenas de 1963 a 1964.
Então Carlos Humberto Corrêa, um catarinense de 21 anos, estudante de História da UFSC, assume a direção do Departamento de Cultura levando em frente o projeto do professor João, tornando o MAMF a primeira morada da Escolinha.
De maneira informal, sem divulgação maior, a Escolinha de Arte de Florianópolis foi criada em junho de 1963 por iniciativa da professora Maria Helena Galotti Mamigonian.
Informalmente ou oficialmente estava a Escolinha sediada ao MAMF, Museu de Arte Moderna de Florianópolis situado na Rua Tenente Silveira, no centro da cidade.
Tendo o Museu realizado várias exposições de desenhos infantis, Maria Helena chama as próprias crianças que expuseram seus trabalhos nesse período para tornarem-se seus primeiros alunos.
O fato de a Escolinha estar ligada ao MAMF, deu a ela uma situação bastante sustentável, já que suas atividades eram apreciadas em exposições realizadas anualmente no Museu.
A primeira exposição, cujo catálogo foi produzido graficamente pelo professor Carlos Humberto Corrêa, diretor do Museu entre 1963 a 1969, apresentava na capa o desenho da aluna Maria Inês Cardozo da Silva. Este desenho passou a ser instituído símbolo da Escolinha de Arte.
O objetivo principal da ESCOLINHA era oportunizar o desenvolvimento da expressão criadora das crianças entre três e treze anos de idade, através do desenvolvimento das artes plásticas, musicalização e artes cênicas, dando liberdade de ação sem a preocupação de ensiná-las, apenas orientá-las.
De 1963 a 1979 a Escolinha acompanhou o MAMF durante várias moradas. Primeira morada: na Casa de Santa Catarina, na rua Tenente Silveira, onde hoje é a Biblioteca Pública.
Sua primeira acomodação consistia em apenas duas mesas quadradas com quatro crianças, cada uma. O número de crianças por semana era de quarenta alunos. Atendiam aos alunos, apenas duas professoras, Heloisa Hoeschl e Cora Medeiros, que eram orientadas pela diretora, Maria Helena. Isto até 1965. Em 1966 foram designadas as professoras Miriam Luz Medeiros e Elza Bonnassis.
O primeiro curso que a Escolinha ministrou foi o de TEORIA E PRÁTICA DA ARTE INFANTIL, no ano de 1968. As professoras Maria Helena, Heloisa, Cora e Elza, foram as ministrantes. Professoras de outras localidades receberam orientações nas artes plásticas. Este curso foi pioneiro em Florianópolis.
Segunda morada: nos fundos da Casa de Santa Catarina em duas casas de madeira. Ainda na Rua Tenente Silveira. O número de alunos aumentava cada vez mais. Em julho de 1968 mais uma arte educadora chegava à Escolinha, Gleusa Timm da Costa. É criado o CREC, Curso Regular de Educação Criadora, com o objetivo de desenvolver a expressão criadora da criança de 4 a 13 anos.
A Casa de Santa Catarina, nesta época, não mais servia ao MAMF. Este muda-se para a Av. Rio Branco nº 160 e a Escolinha acompanha o MAMF.
Terceira morada: a Escolinha ocupa o porão desta mesma casa situada na Avenida Rio Branco.
Quarta morada: a outra metade da casa é desocupada, o número de alunos aumenta, e a Escolinha passa a ocupar esta parte da casa. Ainda nesta época, nos fundos do museu, em uma casa de madeira, artistas plásticos como Sílvio Pléticos, Jairo Schmidt e Graziela Reis, tinham seus ateliers onde recebiam seus alunos. Durante este período o museu proporcionou às nossas crianças grandes oportunidades para o desenvolvimento da arte.
Quinta morada: o museu retorna à Rua Tenente Silveira, ocupando uma casa com bastante quintal, o que dava à Escolinha maior expansão para as suas crianças desfrutarem de atividades ao ar livre.
Sexta morada: a Escolinha se desvincula do MAMF, e vai para uma casa na rua Saldanha Marinho.
Sétima morada: no subsolo da Biblioteca Pública. Neste espaço, mais ou menos por volta dos anos 80, a Escolinha atendia uma base de 600 crianças, já que nossa equipe era constituída por 30 arte educadores, cada um com a sua formação artística, ou seja, as artes plásticas, a musicalização, as artes cênicas.
Ministrávamos cursos para professores estaduais até as oitavas séries, os chamados CICE – Curso intensivo de criatividade nas escolas. O objetivo deste curso era ampliar o conhecimento dos professores de arte nas escolas públicas do Estado de Santa Catarina Viajávamos com frequência, para atualização dos nossos conhecimentos, a bienais e importantes exposições, dentro e fora do nosso Estado. A Escolinha transformou o pensamento da arte nas escolas, proporcionando novos caminhos para unir arte e educação.
Entre os arte educadores da Escolinha, constituímos o GRÊMIO, instituição que nos permitia arrecadar fundos para empregarmos nas nossa viagens culturais anuais.
Enquanto permaneci na Escolinha, esta foi administrada por seis arte educadoras: Maria Helena Galotti Mamigonian; Heloisa Hoelschl Gonçalves; Gleusa da Costa Zabott; Rosane Martins; Dulce Rodrigues da Silva; Elza Bonnassis da Nova. Atualmente, Alessandra Guisi Zapeline, encontra-se à frente desta instituição.